Nos escombros de um dia acabado em noite, vagueio sem rumo nas escadarias, pátios e vielas em busca da tua luz. Por aí, na noite, fugi para ser autêntico e vadio como um fado.
Ao som de gemidos de guitarras viúvas respiro a noite, embriagada e enegrecida pelo tempo.
O cheiro da roupa lavada na ladainha das trevas, no peito aprisionado dos justos enquanto a Sé entristecida se consome em mil rezas de milagres sombrios.
Recantos profundos, tascas que defumam aguardentes sorvidas por sedentos de nostalgia e mágoa.
Ardem-me os olhos num desvario de breu onde a luz solta o grito de um retinopata que por Alfama entoa…
Projecto efectuado com uma Hasselblad de médio formato, em filme Ilford HP5 a preto e branco e impresso em papel FB.
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